O que é um Exchange Traded Fund (ETF)?

O que é um Exchange Traded Fund (ETF)?

Os ETFs transformaram a forma como os investidores acessam os mercados financeiros, oferecendo uma solução de investimento simples e diversificada que pode refletir o desempenho de um ativo ou de um grupo de ativos financeiros.

Aviso

O Trading expõe você a riscos de perda financeira exponenciais. Essa atividade é adequada para pessoas experientes, com perfil de investidor arrojado e, preferencialmente, com recursos financeiros que suportem os riscos e compreendam o funcionamento dos produtos negociados.

Altamente especulativas e particularmente complexas, as transações em instrumentos de câmbio (FOREX) e contratos por diferença (CFD) estão associadas a um nível ainda mais elevado de risco devido à possibilidade de alavancagem das posições.

Publicados para fins educacionais, os conteúdos do NewTrading não são, em nenhum caso, um aconselhamento em investimentos nem uma incitação a comprar ou vender ativos financeiros.

O que é um ETF? Qual é o sentido de investir em ETFs? Quais são os riscos? Onde e como comprar ETFs? Continue a leitura e confira as nossas respostas!

O que é um ETF?

Definição de ETF

ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos negociados em bolsa. Eles permitem que os investidores apliquem em vários ativos financeiros por meio de uma única posição ou cota, com a mesma facilidade que investem em ações.

Como replicam o desempenho dos ativos subjacentes, os ETFs são frequentemente chamados de rastreadores ou fundos de índice.

Isso porque um ETF pode rastrear desde um índice de ações a uma cesta de ativos com diferentes fundamentos, como ações, commodities ou títulos.

Os ETFs são geralmente usados como parte da gestão passiva porque visam acompanhar o desempenho do subjacente sem tentar vencer o mercado.

Característica de um ETF

Assim como as ações, os ETFs são cotados continuamente e podem ser adquiridos a qualquer momento durante um pregão.

Eles são listados em bolsas de valores internacionais e globais. A Euronext e a NYSE, por exemplo, listam mais de 3000 ETFs, cada uma delas. 

A bolsa brasileira, a B3, também disponibiliza diferentes tipos de fundos de índices. Eles podem ser acessados através das melhores corretoras de valores

Embora a nomenclatura dos ETFs pareça complexa, ela segue certas regras que facilitam a identificação das características mais importantes do produto.

A estrutura dos fundos índices nos mercados globais geralmente é a seguinte:

  • Nome do emissor. Índice ao qual o ETF se relaciona com a estratégia utilizada, se aplicável, como “Growth” para crescimento ou “Value” para valor, bem como o tipo de índice em questão como “PR” para Price Return ou “NR” para Retorno Líquido.
  • Informações regulatórias como UCITS ETF.
  • A moeda e outras informações adicionais como “DR” para Dividendos Reinvestidos, “DIST” para dividendos distribuídos ou “ACC” para dividendos capitalizados.

Para identificar o ETF, um código ISIN de 12 caracteres é disponibilizado. Ele permite que você encontre muitas informações importantes sobre o fundo, como:

  • Classe de ativos.
  • Moeda de referência.
  • Data de lançamento do ETF.
  • Frequência de pagamento de dividendos.
  • Estrutura de replicação.
  • País de domicílio do fundo.
  • Frequência de reequilíbrio.
  • Utilização dos Lucros.
  • Bolsa na qual o ETF está disponível.
  • Ativos líquidos do fundo.
  • Número de posições.
  • Rentabilidade.
  • Principais posições.
  • Discriminação por setor e geografia.
  • Índices financeiros como preço/lucro ou preço/livro.

Na bolsa de valores do Brasil, o código de negociação dos ETFs é formado por 4 letras maiúsculas, que correspondem ao nome do fundo, seguidos de dois números. Por exemplo, BOVA11.

Qual é a diferença entre um ETF e outros produtos financeiros?

Os ETFs são frequentemente comparados a ações e aos fundos de investimento tradicionais. A seguir, confira as principais diferenças entre esses ativos financeiros.

ETF vs Ação

Os ETFs oferecem um certo nível de diversificação, visto que estão expostos a uma cesta diversificada de produtos sem deter os ativos subjacentes. Já as ações representam a pequena fração de uma empresa.

Os fundos de índices geralmente têm taxas de administração, além dos custos de transação, enquanto o Trading de ações pode incorrer em taxas de corretagem e taxas de custódia.

As ações exigem uma gestão ativa por parte do investidor, enquanto os ETFs são administrados por profissionais de forma passiva.

ETF vs Fundos Tradicionais

Como visto, os ETFs são fundos negociados em bolsa, cujas cotas podem ser compradas e vendidas a qualquer momento durante o horário do mercado, oferecendo mais flexibilidade. 

Por outro lado, os fundos de investimento tradicionais são mais limitados, uma vez que devem respeitar prazos e horários de aplicação e resgate, às vezes mais longos, previstos no regulamento de cada um.

Nos ETFs, a taxa de administração costuma ser mais baixa devido a sua gestão passiva, ao passo que nos fundos tradicionais esse custo tende a ser maior, já que eles são geridos ativamente por gestores de carteiras que tomam decisões para maximizar os retornos.

Os fundos de índices também oferecem alta transparência, divulgando regularmente a composição de suas carteiras e permitindo que os investidores acompanhem os movimentos dos ativos subjacentes.

Diferentemente dos fundos de investimento tradicionais, que costumam divulgar as suas posições com menos frequência.

Como funciona um ETF?

ETF de replicação física vs ETF de replicação sintética

Há duas maneiras principais de replicar um índice: replicação física (ou direta) e replicação sintética (ou indireta).

Os ETFs de replicação física são fundos que detêm os títulos do índice que buscam acompanhar são, que pode ser total (o ETF possui todos os títulos do índice com as mesmas ponderações) ou parcial (apenas parte dos títulos).

Já os ETFs replicados sinteticamente dependem de derivativos (incluindo swaps) para negociar o desempenho dos ativos subjacentes sem detê-los.

Gestão Ativa x Gestão Passiva

Embora seja mais comum encontrar ETFs com gestão passiva, existem novos tipos de fundos de índice que promovem a gestão ativa.

A diferença entre eles é que o ETF de gestão ativa conta com um profissional que toma decisões estratégicas sobre a alocação da carteira subjacente.

Esse tipo de ETF oferece aos gestores a flexibilidade de fazer ajustes no portfólio, realizar operações de market timing ou desviar-se do benchmark na tentativa de gerar retornos mais altos.

O que impacta o desempenho de um ETF?

Diferentes fatores podem influenciar o desempenho de um ETF, como as taxas de administração, o método de replicação utilizado, a política de distribuição de dividendos, a frequência de rebalanceamento da carteira do fundo.

O impacto da exposição ao mercado subjacente e a capacidade do gestor de replicar o benchmark (tracking error) também são fatores que refletem na performance do ETF.

Vale mencionar que o preço de um fundo de índice depende do valor patrimonial líquido (valor total do ETF / número de ações) e do valor de mercado (preço pelo qual as ações de um ETF são negociadas no mercado de ações).

Lista dos maiores provedores de ETF

A popularidade dos ETFs nos últimos anos levou ao aumento da concorrência entre vários emissores, o que beneficiou os investidores em termos de escolha, diversidade e custos. 

Veja alguns dos emissores mais conhecidos nos mercados financeiros:

  • Lyxor
  • Vanguard
  • BlackRock / iShares
  • State Street Global Advisors 
  • Invesco
  • WisdomTree
  • ProShares
  • Deutsche Bank
  • BNP Paribas
  • HSBC
  • UBS
  • Amundi

Taxas do ETF

O Trading de ETFs envolve taxas que variam de fundo para fundo e que dependem do emissor, da estratégia de investimento e da estrutura do ETF. Entre as mais comuns estão:

  • Taxa de Administração

Taxa anual cobrada pelo emissor do ETF para a gestão do fundo. Ela geralmente representa uma porcentagem do patrimônio líquido do fundo. Por exemplo, 0,20% ao ano.

  • Taxas de transação 

Diz respeito aos custos operacionais, como a taxa de corretagem cobrada pela corretora na compra ou venda de ETFs. Essas taxas variam conforme as condições de negociação, a corretora utilizada e o tamanho da posição.

  • Taxas de câmbio

Estas taxas aplicam-se quando o Trader compra ou vende um ETF numa moeda diferente da sua.

Corresponde à diferença entre o preço de compra de um ETF e o seu preço de venda.

Quais são os diferentes tipos de ETFs?

Os ETFs abrangem diferentes mercados financeiros, sendo categorizados conforme a estratégia utilizada. Também é possível encontrar fundos de índices geográficos, que se concentram em países, continentes ou zonas econômicas específicas.

Conheça alguns dos diferentes tipos de ETFs negociados em bolsas mundiais:

  • ETFs sobre índices de ações 

Desenvolvidos na década de 90, esses ETFs rastreiam e replicam o desempenho dos principais índices de ações, como o CAC 40, o Nikkei 225, o Nasdaq ou o Euro Stoxx 50.

  • ETFs setoriais 

Esses ETFs se concentram em ações de setores específicos. Assim, é possível ser exposto a uma ou mais indústrias específicas, como biotecnologia, inteligência artificial, saúde ou distribuição em massa.

  • ETFs temáticos 

Essa modalidade oferece a oportunidade de investir em temas específicos, como ETFs eco-responsáveis e sustentáveis, por exemplo.

  • ETFs de títulos

Os ETFs de títulos oferecem exposição a vários tipos de títulos públicos ou privados. Eles permitem que os investidores aproveitem os benefícios dos títulos, como renda regular e diversificação de portfólio, com a facilidade e liquidez dos ETFs.

  • ETFs de commodities

Eles permitem a exposição a uma commodity como petróleo, ouro ou gás natural. Também é possível utilizar um ETF que acompanhe o desempenho de um índice que engloba diversas commodities.

  • ETFs de moeda

Esses ETFs permitem que você lucre com os movimentos de certas moedas.

  • ETF em Bitcoin

Trata-se de uma alternativa para o investidor se expor ao mercado de criptomoedas sem comprar e proteger tokens Bitcoins. Além disso, ele oferece menos risco e contribui com a diversificação da carteira.

  • ETFs imobiliários 

Com um ETF imobiliário, o investidor pode aplicar em imóveis e se beneficiar da expertise de empresas que administram carteiras imobiliárias, sem ter que adquirir um imóvel ou alugá-lo.

  • ETFs inversos 

Como o nome sugere, esses ETFs oferecem retornos inversos aos do ativo que acompanham. Eles são usados por investidores que buscam se proteger contra potenciais perdas ou que desejam obter lucros durante os movimentos de queda nos preços.

  • ETFs alavancados

Diferentemente dos fundos de índices tradicionais, os ETFs alavancados utilizam derivativos e outras técnicas para multiplicar os retornos do ativo-alvo. Isso faz com que eles tenham retornos maiores, de alta ou de baixa, em relação ao índice de referência.

  • ETFs de hedge

Esses ETFs buscam minimizar o impacto das flutuações da taxa de câmbio no retorno dos investimentos internacionais. Logo, eles oferecem proteção contra efeitos cambiais negativos para os investidores.

  • ETFs de estratégias 

Esse tipo de fundo acompanha estratégias de investimento específicas em vez de simplesmente replicar um benchmark tradicional, como ETFs de gestão ativa ou ETFs Smart Beta. Ele visa explorar fatores de desempenho, como crescimento, qualidade, dividendos ou volatilidade, para gerar maiores retornos ou reduzir o risco.

Bom saber

Na bolsa de valores do Brasil são negociados ETFs de renda fixa e renda variável, o que inclui ETFs internacionais, contrato de opções sobre ETF, termo e opções flexíveis.

Vantagens dos ETFs

  • Facilidade de uso 

Os ETFs são instrumentos fáceis de usar. Eles podem ser comprados ou vendidos a qualquer momento durante o horário de negociação, assim como as ações, utilizando uma corretora de valores ou banco.

  • Acessibilidade

Os fundos de índice são considerados produtos financeiros menos arrojados já que replicam o desempenho dos ativos subjacentes que acompanham. Por isso, eles estão disponíveis para todos os investidores.

  • Ampla variedade

Existem muitos tipos de ETFs. Portanto, eles podem ser facilmente adaptados aos portfólios de qualquer perfil de investidor.

  • Diversificação 

Os ETFs que abrangem diferentes ativos financeiros. Consequentemente, eles contribuem com a melhor diversificação de uma carteira de investimentos.

  • Alta liquidez 

Esses fundos negociados em bolsa costumam ter alta liquidez. Isso significa que um investidor dificilmente terá problemas para encerrar a sua posição durante o pregão.

  • Transparência 

Os ETFs reproduzem o desempenho dos índices por meio de metodologias transparentes. Isso permite que os investidores compreendam claramente a fonte do desempenho alcançado. Além disso, os preços de compra e venda dos ETFs podem ser vistos em tempo real. 

  • Ferramenta de hedge

Os ETFs também são opções para proteger uma carteira contra a queda dos preços com ETFs Inversos ou ETFs de volatilidade, ou contra o risco cambial com ETFs de hedge.

  • Custos de gestão mais baixos

Os custos dos ETFs costumam ser mais baixos do que os fundos de investimento tradicionais.

Riscos do ETF

  • Risco de desvalorização

Caso o ativo subjacente desvalorize, o ETF também cairá, o que pode resultar em perdas para o Trader se ele tiver que encerrar as suas posições naquele momento.

  • Desempenho inferior ao mercado-alvo 

Um ETF oferece poucas oportunidades de superar o mercado, o que às vezes pode limitar os ganhos.

  • Risco de câmbio 

Alguns ETFs podem ser denominados em uma moeda diferente da do Trader, podendo diminuir o desempenho do fundo se a taxa de câmbio não for favorável.

  • Tracking error 

Corresponde à diferença de desempenho entre o ETF e o seu índice de referência em um determinado período. 

  • Tracking difference 

Refere-se à diferença entre o desempenho líquido do fundo e a performance do índice subjacente em um período, que também pode refletir no retorno do fundo.

  • Risco de falta de transparência ou liquidez em ETFs exóticos 

Alguns ETFs são menos transparentes e menos líquidos do que outros, o que pode dificultar na hora de acompanhar a sua evolução ou vendê-los.

  • Risco específico do tipo de ETF utilizado 

Cada ETF está associado a uma série de riscos que devem ser conhecidos. Por exemplo, ETFs alavancados podem resultar em perdas significativas se o mercado se mover na direção oposta à escolhida.

Como escolher o ETF certo?

A grande variedade de ETFs disponíveis nos mercados financeiros exige tempo dos Traders, para que eles analisem e escolham aquele que melhor atender às suas necessidades, objetivos, expectativas e tolerância ao risco.

Portanto, para escolher o ETF certo, primeiro você deve considerar o seu perfil de risco e a compatibilidade do fundo com a sua estratégia e objetivos de investimento.

O próximo passo é a escolha do índice subjacente e dos ativos financeiros que contém nele. Tenha em mente que o índice deve estar alinhado com as suas expectativas em termos de liquidez, classe de ativos, geografia, distribuição de dividendos e desempenho.

Os custos atuais, o desempenho líquido, a qualidade da replicação do índice, a estratégia do ETF e a acessibilidade às informações também devem ser considerados. 

Por fim, analise o gestor do fundo, a sua experiência, o seu reconhecimento internacional, as condições de negociação, os seus ETFs ou demais produtos disponibilizados nos mercados internacionais.

Assim, você poderá diversificar as suas posições no mercado de ações e aumentar as suas chances de ganho de capital utilizando os ETFs.

author
Maxime PARRA

Apaixonado pelo mercado financeiro, Maxime pratica day trading desde os seus 18 anos. Já ministrou mais de cem palestras e treinamentos em prestigiadas escolas de negócios e engenharia na Europa. Atualmente, ele é CEO da Syntax Finance, uma agência que acompanha as principais marcas do setor financeiro mundial em suas estratégias de marketing de conteúdo.

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